quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Olvide me

Quantos anos nós temos? Quantos nós já desperdiçamos? Não sei o quanto eu queria poder gastá-los melhor, o problema é que eu não tenho os critérios. Mas tanto faz, certo? Como sempre... Nós ainda vamos continuar tentando, ou pelo menos nos iludindo, isso sem dúvida não pararemos nunca. Enfim, vejo o dia passar de uma forma tão extraterrestre que é até difícil explicar-los, de qualquer forma em poucas horas eu estarei mais uma vez trancado numa sala fria querendo muito não estar lá, mas sob a branca luz do sol a me dizer que eles estão ali porque querem e ouvem porque querem. Quando?

Hoje é só mais um dia. Ou melhor dizendo menos um dia. Não sei ao certo. Eu esperei pela sua chamada, mas só ouviremos as mesmas coisas, então vamos nos poupar disso, é bem mais saudável. Hoje a garrafa está bem vazia. Vamos deixar isso de lado então? Eu só queria não precisar pensar no que é certo ou no que devo fazer ou acreditar ou... Porcaria, onde foram parar todos os meus bilhetes? Melhor olvidar.

sábado, 24 de setembro de 2011

Como se eu realmente existissse

Interessante como as coisas mudam, não? E com o tempo você acaba um vidente cético que sabe todo o curso das coisas que talvez desviem em alguns momentos, mas o destino é sempre o mesmo. Sou obrigado a ignorar tantas palavras, essa provavelmente não é a porcaria de uma vida boa, se houver como saber o que é uma vida boa. Estou sentado no mesmo lugar de sempre com o mesmo caderno na mão escrevendo sobre as mesmas coisas de sempre, então, me diga, as coisas realmente mudam? Você é realmente diferente? Porque nada assim parece. A minha porta se fecha com a mesma facilidade que se abre.

O jeito mesmo é chutar toda essa merda. "O amor não é grande?" ele me pergunta e o que eu devo responder? A minha vontade é uma insignificância. As pessoas... Melhor é calar-me.



"Arde mais que brasa em pele quente você olhando pra mim"

Já vou, deixa pra cá, do que adianta reclamar? Não tem muito mesmo o que falar que já não saibas. Como se eu realmente existisse...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ainda sinto o gosto

Não tenho esse sentimento há um bom tempo, o evitei por algum tempo, procurei por outro, mas parece que sempre acontece da forma que você não imaginou, o que não quer dizer que não tenha acontecido de uma forma boa. Sinto medo e segurança no mesmo lugar, sinto muitas outras coisas, sendo sincero não é fácil deixar de viver só. Deixando de lado os pesares, é um sentimento bonito, que precisa ser verdadeiro sempre, ele te faz fazer tanta besteira, e é bom que você o faça, afinal de contas pra que serve a vida se você não corre perigo de morte?

O medo que o acompanha é ruim, mas provavelmente necessário porque sempre que a gente cuida de alguma coisa queremos tê-la pra si, queremos mantê-la como está, queremos guardá-la se possível dentro de si e assim o fazemos, e assim eu faço. Há tempos não escrevo assim, há tempos eu não sou assim. Fecho os olhos e só uma imagem vem a minha cabeça, abro os olhos e só um som chega ao meu ouvido, viro a cabeça e só um perfume guia meu cérebro, uso os meus sentidos o máximo possível só pra aproveitar cada essência que eu roubo de você, o problema que só os posso guardar na minha mente. Se eu me tornar muito piegas vai dar tudo errado? Se eu for diferente e antiquado vai dar tudo errado? Se eu não ligar pra o que tudo mundo liga vai dar tudo errado? Se eu tiver que pular você promete me avisar quando quiser soltar minha mão? Se eu pular no seu trem vou ter sua mão?

Eu tenho tantas questões quanto incertezas, tantas chatices quanto piadas, tantas palavras quanto sentimentos, tantas letras quanto possível, tenho tanto e tão pouco. De fato eu não te escrevi um poema, não subi a sua escada e provavelmente nunca mudei sua opinião, e você ainda vai continuar sentada em frente ao velho jardim. O problema é que não quero mais ter que falar pra ninguém, não quero mais falar, não quero que ouçam o que eu te disse, não quero mais, mas vivo caindo em razão e desolamento por tudo que me cerca. Não é que eu seja um tolo, é que eu só aprendi a amar vendo histórias com finais tristes. Me despeço de você com a esperança de te reencontrar, demoro a ir até você na esperança de você precisar de mim, guardo algumas palavras em mim na esperança que você as pergunte, olho o relógio na esperança de que você me surpreenda, te abraço na esperança de não viver num mundo tão ordenado onde o tempo nunca pára, me calo na esperança de te ouvir, me pego na facilidade de me adaptar à você. Vivo quieto, talvez demais, talvez de menos, mas sereno e provavelmente apenas com menos cabelo.



"As partes brancas dos meus olhos se iluminam."

Não é porque pareço com eles que eu seja como eles. Eu não me importava em vencer ou perder, em contar ou deixar de contar, nada mundano importa. Feche os olhos de uma vez só.

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Visitem o blog do meu amigo Felipe Augusto (caso alguém já visite esse) você vai encontrar boas tirinhas: praveroupracomer.blogspot.com

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Gelo, sol, cabana

As vezes, mas só as vezes, não parece que você está assistindo um filme diante dos seus olhos? E o que acontece se o filme for ruim? Você para de assistir ou vai até o final? E se você já sabe o final? E se o filme não passa daquele velho e repetido clichê sem final feliz? E se não é um filme, mas só mais um episódio estúpido reprisado? O que seria correto fazer? Bem, algumas pessoas não tem absolutamente nada a fazer e portanto um filme ruim ou episódio repetido é o máximo de diversão que elas podem chegar, e disso elas até tiram proveito se iludindo que estão a assistir outras coisas.

Como tantas vezes se repetiu e há de se repetir "As faces são outras, mas a história é a mesma" e quando você se dá conta tudo perde tanto a graça que não faz muito sentido continuar a ver onde essa tragédia vai parar. Melhor mesmo seria deitar numa rede e ler um bom livro, entrar na cabeça de outra pessoa e fugir da sua. Vocês nunca foram perseguidos pelas suas próprias mentes? Diga uma ou duas vezes que vai ser diferente, diga até três, ou quem sabe permaneça, mas não é você quem decide diretamente, sinto muito. Os animais sempre vencerão.



Cada palavra de cada texto é ligado extremamente a cada música. Mas do que importa? Se eu te fizesse tantas perguntas você iria tentar responder ou apenas calar-se? Se eu te convidasse a mudar-se pra sempre? Você aceitaria? Se eu te convidasse a sumir? Se eu sumisse? No final de tudo, que diferença faria? O universo perderia o eixo? A terra pararia? O tempo não andaria? Os mortos ressuscitariam? Você e toda sua parafernália seriam diferentes? Não. Desista do meu episódio... Ele não fará sentido nenhum, nem terá mais ação que um filme francês ou explosões que um americano ou finais surpreendes como um inglês. Sinto muito.

Cavalgando para casa todos os dias
Claro que de uma forma cinematográfica


O conforto é pensar na possibilidade de respirar apenas o gelo, o sol, a cabana.

sábado, 10 de setembro de 2011

Nada precisa fazer sentido

Venha cá e jogue esses sorrisos fora, hoje. Gaste-os com a pouca força que te resta. Não ligue pra muita coisa, melhor, desligue muita coisa. Eles não sabem de nada. Sinto falta do velho positivismo, não o arcaico, mas o positivo de fato. Dias tão amargos e cinzas cansam bastante. É tanta angústia, tanta agonia que você esquece que tem mais coisas a fazer do que remoer-se, pensar, calar-se, enfim, trancar-se.

O sol hoje está impiedoso, sim, como todos os dias são, mas você consegue se lembrar daquelas velhas ruas desertas que só eram preenchidas pelos nossos risos? Se lembra de quando um quarteirão era suficiente pra nós? Vejo ruas muito maiores agora, com muito mais pessoas, e por incrível que pareça, elas agora parecem bem mais desertas que antes. Nós tínhamos nossas missões e dela reclamávamos pra depois acabarmos sorrindo. A carne que o fogo salpicava, o álcool que evaporava, a água que molhava, as falas que eram desperdiçadas, o nosso jogo que não acabava. Agora tudo é maior por fora, menor por dentro.

Não falo de saudades, não falo de sentimentos passados, falo apenas daquela música que você ouve e te faz querer estar na proa de um navio sob a luz de um sol escaldante sentindo apenas o que é possível sentir na hora: o vento contornar todo o seu corpo.



Quando nós estivermos mais velhos ainda que hoje, agarre-me e pule comigo desse penhasco enquanto pudermos mostrar os dentes e sorrir. Cole-me. Grude-me. Não deixe que eu conte nossa história nunca, nunca por precisão. Não faremos memórias, nem lembranças, faremos apenas o agora. Quando estivermos mais velhos não deixemos que o mundo nos molde. Moldemos o mundo. Nada precisa fazer sentido. O sol ainda nos perseguirá, tenha certeza da nossa luz.

Vamos mudar nossas estradas, e persegui-los por aí

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Deixemos de lado tudo o que não estiver escrito no nosso corpo

É provavelmente isso que nos conecta tanto certos momentos, é o fato de não sabermos de modo algum o que há de errado conosco. O que há de errado? O que falta? O que não falta? Por que nós não conseguimos ficar parados e nos sentirmos satisfeitos? O que há de tão incerto? O que fizemos? O que não fizemos? Tem sempre uma peça faltando nesse jogo interminável, sempre uma agulha perdida, uma sensação intermitente de que algo está totalmente fora do lugar, que nós estamos fora do lugar. Onde nós devemos estar então?

Tem alguma coisa muito errada com todo esse silêncio, tem alguma coisa muito bem escondida que permanece a te cutucar e te conscientizar dela mesma. Continuamos sem saber exatamente o que é, e atrás dela já atravessamos cidades, livros, vontades, pessoas, mas continuamos aqui inertes, incapazes. O que há de errado? Por que existem tantas palavras que eu não conheço? Se nós pudéssemos simplesmente acalmarmos a tempestade, se eu pudesse parar de insistir nisso que colocaram na minha cabeça.



A nossa distração se perde fácil. O nosso amor não cresce muito. A nossa crença não tem nenhuma substância. A nossa fala não tem coerência. A nossa atitude não tem previsão. A nossa aparência não tem padrão. A nossa cor não tem razão. O nosso pesar não tem motivo. A nossa vida... O nosso tempo... A nossa casa... O nosso sonho... A nossa vez...

Once is better

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Essa sua vontade de demonstrar algo a mais

Escrevo sobre os desencontros, sobre as palavras amargas, sobre os pensamentos insistentes, escrevo sobre o que não é, nem será, sobre o que seria o amor, sobre a vontade, sobre a saudade, escrevo sobre tudo que cabe dentro de alguém que é tão pequeno, sobre como nada mais vai passar se não for sua mão que empurre, escrevo muitas vezes por não ter outra alternativa, ou simplesmente porque não há nada melhor que jogar fora o que não se quer mais.

Miro o acaso e ele sorri sem culpa, como você pode ser assim tão indiferente? O fogo não te queima? O sol não te incomoda? O gelo não te corta? A lua não te impressiona? O mundo não te cativa? O sempre não implica contigo? Se todos simplesmente dissessem sem medo a verdade, é provável que o mundo fosse menos triste ou mais real. Entretanto não é isso que acontece e o que nós escolhemos, ou temos que escolher é acreditar mesmo que iludidamente numa história qualquer de um dia do calendário qualquer que nunca aconteceu.


Vocês todos não vão conseguir enxergar muito além, e isso não quer dizer que eu vá, o que quer dizer é que parece que vai demorar até que alguém possa. Vai demorar até a água ficar cristalina, vai demorar, talvez demais, vai demorar. Fecharei seus olhos até que eu esteja longe demais pros seus braços me alcançarem. Não dance mais. E olhe pra ver se não te seguem, por favor. O noite acabou mais uma vez. Quantas?

domingo, 4 de setembro de 2011

Histórias

Eu sabia que eu ainda voltaria aqui, pensando a mesma coisa de sempre, mas sabe o que é mais ruim? É que certas coisas parecem roupas que você sai por aí testando, algumas começam perfeitas mas daí quem está usando cresce demais ou muda os gostos pela moda, ou de qualquer forma que você queira imaginar descarta a sua roupa antiga e rasgada em pontos que só os observadores poderiam olhar e tirar dali a melhor história possível. É difícil? Bem sinto que confiar não é como apostar, nem como acreditar, confiar seria como um sentimento, você não força, você não faz, você sente. Provavelmente isso foi apenas mais uma das milhões de redundâncias que eu consegui expressar, mas com o que eu estou me importando? Como se existissem soldados nessa guerra.

Uma piada, uma história engraçada pra alguns, será o que vai se tornar mais uma vez, disso todos nós sabemos, até mesmo você que já conta por aí o que não conta pra mim. E do que estávamos falando mesmo? Ah sim, sobre o fato de nós tentarmos navegar no gelo, é uma pena ter que esperar ele quebrar a qualquer hora, mas o que é melhor: que o gelo quebre ou que rache? Não tente mais uma vez, nem outra vez, talvez tentar seja apenas uma estupidez otimista criada pelos programas que você assiste domingo a tarde ou as músicas que você ouve a noite. E no final disso tudo o que supostamente eu deveria fazer? Acreditar? Crer? Confiar? Fechar os olhos? Ou devo só tapar os ouvidos? Você consegue me responder?

Ok, não há tempo, não há espaço e quando houver não haverão simultaneamente, sinto muito. Você cria todas as histórias e tenta acreditar nelas, o problema é que você esquece de me convencer, e de convencer-se.


E a visão que foi plantada em meu cérebro
Ainda permanece
Entre o som do silêncio

Saciada

Vejo a ponta dos seus dedos avançando cada vez mais contra mim, e eu sei, sei que no momento em que eles me tocarem a minha tomada cairá e tudo se desligará. Vou demorar acordar, com certeza, vou desviar todos os olhares, todos os pensamentos e julgamentos, não sei bem ao certo até onde ou quando, mas vou ter que correr o quanto puder, porque todos nós sabemos que os momentos tristes rendem mais linhas que os felizes e você saberá disso, saberá que nós não precisamos de fato estarmos ligados, mas apenas nos sentirmos assim, como a árvore que cede a folha sobre nossas cabeças e o vento que nos seca.

E eu vou apertar teu nó forte, mas não difícil de desamarrar, apenas forte. Não vou estar mas também não vou deixar de estar. Nós vamos pra lá brincar de mentira, dizer que tanto faz, que o que interessa não nos interessa, mas a grande verdade é que nem nós mesmos sabemos até que ponto nós vamos seguir assim. Todas as histórias que só eu ouvi irão servir apenas pra mim, enquanto eu as comparo com o que não posso e deixo tudo pra depois. Nós seremos garrafas perdidas em alto mar. Bilhetinhos da sorte esquecidos em gavetas.



Vou virar fumaça aos poucos, e mil pedacinhos meus serão jogados em cada parte de vocês, porque assim eu fiz e pelo visto continuarei. Nós somos o que eles querem que sejamos. E só.

Com tanta gente na estrada.