Ela realmente não pede licença, ou talvez eu já a tenha deixado muito familiar a ponto de se sentir em casa. Ela é persistente, sempre acaba me dominando, me invadindo e me dizendo tudo o que eu não quero pensar, muito menos lembrar. Eu tento fechar os olhos, mas eles parecem funcionar com minha mente que teima em permanecer ligada. Ela me joga no canto e me deixa ali calado, eu devia dizer alguma coisa pra talvez tentar afastá-la, a verdade é que talvez eu nem queira fazê-lo. Em particular, eu gosto das minhas lembranças, algumas são como filmes interessantes de se ficar vendo e revendo.
Eu queria encontrá-la, controlá-la, dizer a ela que não pode aparecer assim tão de repente, tão frequentemente, ou dizer que eu gosto da sua companhia, mesmo enxergando a eminente contradição. Sem dúvida ela iria relutar em me abandonar, iria refletir o motivo de eu estar renegando-a em certos momentos e em tantos outros suplicar por a mesma. Venha cá, sirva-se de mais um copo d'água, essa é uma boa maneira de se pensar sobre o que dissemos um ao outro. O corpo faz promessas que a mente não consegue cumprir. Meu dia acaba e inicia, eu só não entendo quando. Mas ela é persistente e daqui não há de partir.
Eu então fico quieto, sem palavra, apenas admirando-a, talvez eu devesse admití-la dentro de mim, mas os que fizeram, disso se arrependeram amargamente e do lado deles eu ainda não vou estar por enquanto. Pois bem, se assim que queres, assim será, deixo você cá, perto de mim, sem reclamar, faço do meu chão o seu, só não me abandone também, pois se da solidão não posso ter companhia, do que hei eu de viver?
Leia-me com seu melhor sabor.
domingo, 12 de junho de 2011
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