sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Migalhas de respostas.

A inocência é a pior sensação
Ela te priva do que te deve
Te joga dentro de um poço sem fim
É o não saber que te fere.

Não é possível se olhar no espelho
Aquilo é a última coisa que quer ver
São incontáveis os azares
São contáveis as vontades de viver.

A resposta talvez esteja lá
Balançando junto ao vento
Pena que não tenha caminho
Os pães não foram suficientes.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Dor.


"Queria ser como você
Facilmente entusiasmado."


Em um dia comum escuro e solitário, a dor penetra pela sua, minha mente juntando exatamente tudo que sempre se repete e se torna cada vez mais comum. A solidão não lhe parece ao todo tão ruim quanto deveria parecer para tantos, existem pontos positivos nela que lhe fazem querer idolatrar exemplos igualmente esquecidos.

Mas a pergunta chave lhe dói na cabeça, será que dor psicológica poderia se tornar física? Os fatos lhe mostram e comprovam que não é preciso ser feita de lâmina pura pra uma espada te cortar em pedaços, basta apenas lhe conhecer seus pontos fracos, seus poços, suas desvantagens e sua vontade de seguir exemplos que nunca serão você.

Ele seguiu esse caminho mais de uma vez, entretanto sempre achou que dessa vez chegaria até o final, mas não é assim que funcionam as coisas, pois parece que você é só mais uma pequena parte de um grande plano, apenas um coadjuvante. Sabe o que pensam dele? Nada. Sabe o que ele pensa de todos? Tudo.

Eu acho que o trem nunca irá parar pra lhe pegar meu bom garoto. Ele se foi. Assim como tudo o que estava dentro do mesmo. Triste, não? A história já foi feita, você agora apenas se contorce com vontade de ter vivido o que não pode. Você agora apenas sente a dor psicológica se tornar física aos poucos, de dentro pra fora, como espinhos que partem do seu coração pra fora e que te abrem os olhos mesmo você tentando com todas suas forças fechá-los. Você é agora só uma peça, um Adeus, uma dor.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Surreal.


"I was a train moving too fast."

Não sei se esse conceito é comum, mas tem certas vezes na vida que as coisas parecem surreais. E nesses últimos meses, nesse último ano, algumas coisas me pareceram surreais, coisas independentes de bom ou ruim, mas coisas que não acreditava que pudessem acontecer, ou que experimentava pela primeira vez. Eis que em grande parte dessas ocasiões, até mesmo sem ser pré meditado, pensava no que aconteceria depois daquele momento exato. Deixe eu me fazer claro. Eu me perguntava, por exemplo, agora eu estou aqui, vivendo isso e amanhã? Será se isso vai passar? E daqui uma hora? Vai sair tudo como nos planos?

É óbvio que essas indagações atingem muitas pessoas, entretanto não com tanta freqüência, porque ninguém vai ficar perguntando as coisas, vai é viver e desfrutá-las, sendo a lógica, claro. No meu caso, me atingiram com freqüência, imaginava como seria depois, o que aconteceria, que palavras seriam ditas, o que construiria a história, eu iria sorrir? Me dei conta que não fazia essas questões antes, justamente pelo fato de não ter vivido tais situações. Então por que eu as fazia? Será se eu realmente queria saber o que ia acontecer? E se fosse ruim? Desistiria? E se fosse bom? Continuaria?

É muito complicado tentar explicar essa sensação, mas é como se você viajasse sempre pelos mesmos trilhos e de repente o percurso muda, você não sabe onde aquilo vai parar, ou você desacelera e para e volta aos seus trilhos ou então acelera. No meu caso, eu decidi acelerar. Cabe a você, acelerar e fechar os olhos ou desacelerar e abrir os olhos?


Deve ser a 322332138932193821.... vez que escrevo algum texto ao som de Saudade - Marcelo camelo. Essa música é mágica.

Maria, queria comentar no seus textos, mas não consigo. Gosto deles :)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mais umas voltas, por favor? E divertido hein.


Você já andou em círculos? Quero dizer, já viveu em círculos? Ou em apenas um? Como se as coisas pseudo mudassem, o tempo passasse e algumas pessoas não fossem as mesmas, umas se foram, outras apareceram, mas no final das contas tudo se resumir ao que sempre foi? Eu ainda estou tentando decidir se isso é bom ou ruim, mas acho que todos nós queremos evoluir, não é mesmo?

Nostalgia às vezes é bom. Porém só às vezes. Se tudo for realmente apenas um círculo, não sei se todos iriam querer quebrá-lo. É bom saber que depois de uma montanha russa você irá descer do carrinho e ir pra casa, é bom saber que tem uma casa a te esperar.

Fato é que essa percepção de estar em círculos, me ocorreu esses últimos dias. Acho que dias como esse, natal e próximo ao ano novo, sempre se repetiram, aconteça o que acontecer, seja o que for, sempre foram assim. Então acho que a vida é mesmo uma montanha russa, que fica girando e girando, a diferença é que o percurso dessa em questão, muda em alguns momentos. Tem vezes que tem muitas subidas, outras vezes muitas descidas, outras vezes tudo normal. Uma hora um monte de pessoas enche o seu carrinho, outra hora apenas você e sua mente.


Acho que esse é o momento em que eu pago mais um ingresso ao cobrador por mais algumas voltas. Ingressos seriam como os anos da sua vida. Espero que essas próximas voltas sejam divertidas. Vai ver é por isso que esses dias se repetem, quando está na fila quase parado esperando o cobrador chegar, é tudo o mesmo, às vezes ele lhe sorri, às vezes nem te olha, às vezes uma cara feia. É o que você sente pelas voltas que passaram que vai refletir no rosto dele.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Querer não é poder.


"Cada ser humano vem sozinho ao mundo, atravessa pela vida como uma pessoa separada e morre finalmente sozinho. As fases de passagem pela vida física e para além dela trazem muitas experiências, onde tudo é passageiro e impermanente. As situações, os encontros e os fatos da vida surgem, permanecem por algum tempo e se vão."
Elaine Lilli Fong

Grande fato irremediável esse de acabarmos por nossa conta. É como enganar algo inalcançável ou parecido, é como apenas alargar um círculo, mas não quebrá-lo. Mesmo sendo irremediável, eu suponho que de vez em quando, assim esporadicamente, seja bom alguém carregar o escudo por você, porque o peso da armadura tão surrada às vezes fica pesado demais.

Porém como tantas vezes já se foi dito, vivido e constatado, querer não significa poder, e é aí que a incapacidade de continuar se encontra. Os olhos se abaixam, a feição encarece, as costas doem e a chuva não parece mais uma brisa, parecem centenas de canivetes de gelo que te cortam ao meio e te deixam só, como um lobo uivante à lua.

Então, já com a consciência de que a solidão é um remédio que teremos sempre que tomar, acaba se despertando uma vontade de querer fazer de você mesmo a companhia completa. E mais uma vez com a cabeça encostada na parede, percebe-se que querer não significa poder. Talvez então surja o pensamento de que esse escudo lhe merece, então tudo bem, quem sabe quando alguém irá acreditar em um mendigo? Quem sabe quando alguém irá lhe jogar uma moeda? Quem sabe quando? Você apenas espera que seja em breve.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Você não.


Como é que se diz mesmo?
A praticidade da palavra se foi
Ela costumava significar mais
Agora, não consegue mais lembrar.

Você procura e tenta e relembra
Mas não consegue nem sentir
Escrever talvez, entender talvez
É uma faca que não te corta mais.

Pessoas ao seu redor saberão
Você as verá e nunca entenderá
O maior significado de todos
Aquilo que você procura e nem sabe

Você diz que se odeia
Pega mais uma vez a mesma ferramenta
Oh não, já não é fácil
O fato é, você não sabe o que é felicidade.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Oh não.


Oh não Delila,
Você é agora a parte triste de mim
Você é apenas agora a foto que eu tirei
Você nada mais passará do que uma lembrança.

Oh não Delila,
Capuletos e Montecchios não funcionaram certo?
Eu esperei durante muito tempo, esperei
Esperei o seu ar naquele parapeito
Tudo que eu consegui foi um poço de veneno.

Oh não Delila,
Eu sei que em breve ou não vou ter novas viagens
Vou visitar novos paraísos e conhecer algo novo
Mas quem disse que eu queria algo melhor?
Nós só precisamos do necessário pra viver.

Oh não, a minha mente já se escapou
Em breve será apenas mais uma história de pescador
Um peixe que se foi, um que escapou, um grande
Tantos peixes no mar, a rede está a esperar.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Viver rápido, morrer jovem.


Andando sobre os pensamentos mórbidos de um filósofo desconhecido, mas ouvido por muitos e muitos, chego a me embriagar com a possibilidade de um habitat novo, chego a me deliciar com a sensação do não conhecer. Julga-se, discute-se sobre o quão longa é a vida do individuo, levando em conta apenas os anos, fato totalmente equivocado, pois os anos nada mais são que marcadores, tanto jovem velho, tanto velho jovem.

O receio é a sensação que toma cada pessoa protecionista e comodista, quando estão deparados a possibilidade de não saber o que vai acontecer nas próximas 24 hrs, o que se torna uma imensurável pena, diante do prazer que se tem em viver a vida de olhos fechados. É notável a previsão de que as mesmas pessoas comodistas encontrarão outros da sua tribo e formaram aldeias perpétuas e imunes a ideias novas, onde eu, bem, eu não me encaixarei, mesmo insistindo algumas vezes até me machucar. É, prefiro levar minha sacola no meu galho.

Triste carma esse de querer mudar, conviver, se encaixar em mundo que não lhe pertence, nem ao menos o almeje, pois irá se arrepender amargamente. Os habitantes do universo em que você tenta habitar, lhe tratam como uma recém chegada na alemanha grávida aos prantos rumo aos campos de concentração. Mas ainda haverão bobos como eu e mais alguns amigos que até mesmo sem querer tentarão essa missão, então se conseguirem, acalmem-se, vocês serão avisados, se não.. hm.. Viva rápido, morra jovem .


Apenas as casas conjutas me entendem por enquanto.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Por que não tentar?

De todas as dores que me dói, a que mais sangra, ou as que mais sangram, são os detalhes, pequenos e mínimos, sórdidos e afiados, que me entra carne a dentro e deixam um buraco que insiste em sangrar. Venho procurando muitas maneiras de estancar esse sangue, aos poucos ele deixa de jorrar, mas ainda sim as velhas navalhas o acertam e alguns pingos são derrubados diante de mim.

Talvez os momentos sangrentos tenham se tornado bem menos frequentes com o passar do tempo, o que me dá uma ideia otimista. Verdade seja dita, as navalhas vão perdendo a precisão com o passar dos dias, com o gasto delas. Ainda posso ser acertado, como diariamente sou, ou costumava ser, mas a dor vai diminuindo aos poucos. Ou vou me acostumando a ela com fácil tranquilidade.


Sabe o que é mais engraçado? É que depois de um tempo, as coisas parecem estar todas ok. É como se tudo tivesse tranquilo, como se tudo tivesse no seu lugar, é como se você não precisasse de nada pra jogar um sorriso fora, o que na verdade deveria acontecer. Parece que as coisas que te atingem são normais, que atingem aos próximos, é uma sensação estranha, mas que simplifica tudo e deixa a vida mais leve. Então acho que é por isso que deveríamos simplificar tudo, tirar a complexidade, resumir todo o mundo em um sorriso e um bom e velho, "Relaaaxa..."


"Por que não tentar isso tudo, se você só vai se lembrar uma vez?"

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Nunca.

Ele está de verdade tentando entender o que aquelas palavras significaram.
Não seria mais fácil se o poder de navegar sobre as mentes humanas lhe tivesse nas mãos?
Oh, mas ele acha que está tudo bem, que vai ficar tudo bem, que é só uma fase, vai passar.
Pobre coitado, fases longas demais tornam-se estados, e estados tendem a mandar em você, a te obrigar.

Já fazem alguns dias que ele não sabe mais o que é a plenitude de algumas coisas, dias não, meses.
As palavras, cenas, falas, todos estão ficando cada vez mais intermináveis e impossíveis de se decifrar.
Ele se indaga a todo instante, Por que as coisas mudam? Por que elas precisam mudar? Elas precisam?
Um sorriso desabrocha quando a percepção lhe vem que nem os mais próximos reconhecem o que seria uma ação sua

Muitas vontades agora ele tem, poucas ele consegue tomar, a maioria ele as vomita ou não consegue engolir.
Seria mais fácil se ele apenas apagasse esse programa e então desprendesse o fio que segura suas pernas?
Ele parece ser estranho, mas é apenas mais um, nada mais que isso, nada mais que mais um entre tantos.
Ele desejaria o mundo se pudesse, mas o mundo pelo visto, nunca o desejaria se pudesse.


You don't have to understand, you only have to accept it, i'm serious, don't even try to.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Oh mãe,

"Nem mesmo céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar, e o infinito, não é maior.."



Oh mãe, eu realmente te amo. Só você consegue conversar comigo sem pronunciar nenhuma palavra, entre o nosso silêncio que apenas você consegue o preservar sem torná-lo desconfortável. Me guiando ruas a fora, enquanto o vento bate no meu rosto, e até uma simples pergunta que você faz quebrando o silêncio parece fazer parte daquele ritual sagrado de anos de entendimento.

Chego as vezes até pedir pra que o caminho seja mais longo, pra que eu possa continuar a segurar em você enquanto penso em tudo que está acontecendo, enquanto vejo as pessoas passarem e me esqueço completamente de onde estou e no que estou metido, esqueço completamente de todas as porcarias possíveis. Tudo isso porque é como se você cuidasse de mim até mesmo sem perceber.

Oh mãe, os tropeços e preços, me fazem entender que você é a única mulher a quem devo meu amor puro e inocente. Sinto tanta paz nos seus braços, você parece o almanaque da minha vida, tudo que procuro, eu encontro, tudo que perco, eu encontro, tudo que eu preciso eu tenho, basta apenas dizer: "Mãããe..."