domingo, 13 de dezembro de 2009
Querer não é poder.
"Cada ser humano vem sozinho ao mundo, atravessa pela vida como uma pessoa separada e morre finalmente sozinho. As fases de passagem pela vida física e para além dela trazem muitas experiências, onde tudo é passageiro e impermanente. As situações, os encontros e os fatos da vida surgem, permanecem por algum tempo e se vão."
Elaine Lilli Fong
Grande fato irremediável esse de acabarmos por nossa conta. É como enganar algo inalcançável ou parecido, é como apenas alargar um círculo, mas não quebrá-lo. Mesmo sendo irremediável, eu suponho que de vez em quando, assim esporadicamente, seja bom alguém carregar o escudo por você, porque o peso da armadura tão surrada às vezes fica pesado demais.
Porém como tantas vezes já se foi dito, vivido e constatado, querer não significa poder, e é aí que a incapacidade de continuar se encontra. Os olhos se abaixam, a feição encarece, as costas doem e a chuva não parece mais uma brisa, parecem centenas de canivetes de gelo que te cortam ao meio e te deixam só, como um lobo uivante à lua.
Então, já com a consciência de que a solidão é um remédio que teremos sempre que tomar, acaba se despertando uma vontade de querer fazer de você mesmo a companhia completa. E mais uma vez com a cabeça encostada na parede, percebe-se que querer não significa poder. Talvez então surja o pensamento de que esse escudo lhe merece, então tudo bem, quem sabe quando alguém irá acreditar em um mendigo? Quem sabe quando alguém irá lhe jogar uma moeda? Quem sabe quando? Você apenas espera que seja em breve.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Ótima postagem sobre solidão. Eu que a adoro mais que tudo, não pude deixar de apreciar o post.
ResponderExcluirSempre estou em companhia, mas sempre sozinha. Acho que a solidão é a mestre, não fosse ela nunca cresceriamos.
"centenas de canivetes de gelo que te cortam ao meio e te deixam só"
É bem assim que soam as palavras dele, agora.
Um beijo.