domingo, 30 de outubro de 2011

Quero sentir algo

Ouvindo o som dos ponteiros agora ecoarem vagarosamente na minha frente, na minha mente, enquanto tento focar-me no movimento, enquanto tento prender minha atenção no detalhe mais trivial possível de tudo ao meu redor. É verdade que eu ouço vozes, ou melhor dizendo, ouço sons, sons que parecem âncoras a me puxar, prenderem meus pés e me tragarem pras profundezas dessa solitude inquietante de palavras difíceis, usadas não pela beleza, longe de serem belas, elas apenas possuem o artifício de disfarçar o seu estado de merda. Boa palavra pra definir poucas coisas.

O frio hoje não é intenso, mas é latente e vem de dentro pra fora, não o contrário, o que prova a sua insensibilidade. Eu não quero ter que pedir muito, ter que ser o seu inverso, nem ir contra suas vontades, ou qualquer coisa que te frustre, mas eu simplesmente não consigo me adequar a isso que eles chamam de "ser assim". Quando eu miro seus olhos eu não me importo com a cor deles, nem com o formato, nem com nenhum aspecto físico qualquer seu, quando miro seus olhos eu consigo ver a sua alma, é óbvio, provavelmente não é sua alma de verdade, mas é a que eu construí nessa minha mente inútil.


Há um clube, se você quiser ir
Você poderia encontrar alguém que te ame de verdade

Eu gostaria de conhecer cada ponto seu, gostaria de estar a cada segundo mergulhado no seu sentimento, gostaria de literalmente me inundar, com toda a sua vontade de sorrir, gostaria que a sua doença feliz me infectasse, mas eu sou "forte". Ignore as minhas palavras, elas não valem nada, eu nunca pretendi que valessem, elas diante das minhas ações são apenas espelhos, preste atenção no que as pessoas afirmam e no que elas fazem, você irá ter todas as respostas que quiser. Mas não as ignore por completo porque com elas, as vezes, é claro, eu consigo agir, consigo mudar, só não quero que a vida te engane e te leve pro outro lado. Não deixe que eles te raptem. Resista.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Já tá bom

Eu gostaria muito de conseguir entender o que move tão fácil vocês, nos últimos minutos eternos do meu pensar isso não saiu da minha cabeça. Como vocês não conseguem se questionar sobre tudo o que parece tão certo? Aliás, onde é que é mesmo que encontramos o livro sobre o qual as suas cabeças estão deitadas? Eu gostaria de lê-lo, talvez me enojasse menos com seus jogos e truques, talvez eu poderia entendê-los, saber como jogá-los e até mesmo me entreter com eles, então por favor, me guie até suas profundezas artificiais, se não se incomoda, gostaria de conhecer as fontes das suas verdades.

Pode ser que eu esteja complicando demais o que é simples, e pode também ser que não, mas você não pode simplesmente achar certo que alguém ache que o seu corpo vale alguma coisa além dos sentidos. A vida é tão abstrata e concreta ao mesmo tempo que pode fazer alguns entrarem em colapso quando identificam todas as tramas imbecis dessa história repetida e previsível. Onde eu fui parar afinal de contas? Eu suponho estar no caminho certo, e essa suposição me conforta todas as noites. Não pense que se você contar mais mentiras o buraco irá se tapar, pois isso não é um buraco, é um furo, sinto muito.


Amaldiçoe deus por minha tristeza.

Não alimente suas esperanças em relação a isso, não vai ser diferente, você pode não ter descoberto agora, mas as mesmas podridões de sempre irão aparece, e, nessa parte eu não me desculpo, você irá perceber sem muita reflexão que não é preciso saber muito pra conseguir enxergar o que acontece sempre. Seus belos poemas vazios não irão preencher todas essas aparências inóspitas. Então, vai ser esse o ponto em que você irá ignorar mais uma vez e continuar a escrever essa história, ou então sair desse jogo inútil e abrir os olhos pra outro lugar. Talvez a virtude não esteja nas boas pessoas, mas simplesmente naquelas em que consigam te cativar o máximo o suficiente pra que você acredite que nelas mora a verdade. Mate-me logo de uma vez só, dessa vez.

domingo, 23 de outubro de 2011

Não demore demais, posso sumir, aliás, sumi

Nós somos produtos em constante produção e tudo o que adicionaram desde nossa tenra infância até hoje muitas vezes fez a gente nunca ser ou escolher o que realmente queremos. Ou pelo menos nunca conseguirmos o que tanto queremos e enfim... De quem pode ser a culpa? De todos aquelas músicas pops? De todos aqueles filmes? De todos aqueles episódios de falas prontas? De toda aquela ilusão? Por que eles criam impossibilidades?Por que existe afinal de contas a ficção? É por que estamos entediados? Por que tantas pessoas insistem em "realidade"? Por que outras tantas insistem em acabar com a vontade distante de alguém só porque não conseguiu a sua?

Foram tantos os dias que se passaram desde as horas chuvosas e lamentáveis que me levaram a criar esse blog junto ao meu amigo que olhando pra trás não mudou tanta coisa, eu e provavelmente ele se ainda estivesse escrevendo, acreditamos basicamente nas mesmas coisas, nas mesmas ideias que colocaram na nossa cabeça, pelo menos me refiro as básicas, é claro, não as triviais que algumas experiências te fazem superar. Será se é tão difícil assim pintarmos um quadro belo em que nós estejamos neles? É tão difícil assim acreditar? Por que vocês acreditam nos seus deuses, mas quando se trata de acreditar em simples possibilidades humanas vocês não pensam duas vezes em quebrar tudo? Por que as promessas nunca são cumpridas? O que há de errado em querer o que é melhor? Por que eu devo me conformar? Onde você foi parar afinal de contas?




"Nosso tempo está acabado.
Você não sabe que se uma máquina do tempo estivesse aberta
eu ficaria bem aqui em meu lugar?
A guerra ainda não terminou, não
Essa guerra ainda não terminou!
Ser legal só é difícil quando os outros não são"


Por seja lá o que você acreditar, nós poderíamos tanto mais se esquecêssemos de toda essa merda que vocês acham ser real. Eu tentei flechar com todas as minhas verdades, mas elas não são e nem nunca foram venenosas, não feri ninguém até agora. Eu provavelmente também não cumpro minhas promessas, como todos nós não o fazemos, então no fim de tudo sou só alguém que reclama mais que você? Ou será que não? Que seja o que for, não vai ter importância. Estou agora a pensar em: fracasso certo ou fracasso quase certo. Quando você vai mudar isso tudo? Por favor não demore tanto.

sábado, 22 de outubro de 2011

Consciência

Como sabermos se estamos vivos? De fato, longe de dúvidas e incertezas, como saber? Hoje me cortei, não fisicamente, mas um velho corte que mais parece uma bolsa onde eu guardo todas as dores e nele eu toquei, a dor que eu senti me trouxe pelo menos a frágil convicção de que estou vivo, muito embora isso não tenha mudado nada. Tenho tido uma existência um tanto quanto serena nos últimos tempos, talvez essa seja a tendência do meu ser ou qualquer conceitos desses que você concorde em aceitar. Mas a questão mesmo é se o que eu sou é realmente o que eu quero ser? Aliás tem como eu querer ser algo? No fim mesmo isso não importa nada.

A tristeza pode ser vista como ruim por alguns apenas por ela ser uma companheira sincera e sóbria que te comunica sem truques o que realmente você é ou o que realmente está acontecendo. Ando a pensar que ela já se infiltrou de tal maneira em mim que consigo fazê-la se alegrar certos momentos, mas nunca ir embora. Hoje e os dias que consegui ver as horas me comprovam cabalmente como eles são tão iguais, sem nenhuma ordem desordenada, ou um desvio surpreendente. Não é de estranhar que eu sinta falta de surpresas, desde pequeno sempre ansiava por chegar em casa e que algo me surpreendesse positivamente. Vai ver era melhor eu nunca ter crescido como parece ser.


E assim se foi, como todos os outros, esse último detalhe não deixará de me atormentar... como todos os outros...

Estar sozinho tem o fardo do vazio, mas em si eu acho que não há com o que lutar. Me abro poucas vezes, e essas poucas se tornam a cada dia ínfimas e talvez se torne um nunca. Parece que depois de um tempo você só sabe criar regras pra si mesmo "Nunca mais faça isso..", "Quando isso acontecer..." me pergunto se isso é positivo ou negativo, provavelmente negativo, as regras não são nada mais que tentativas e tentativas estão tão longe de serem certas, logo não possuem peso algum. Eu desisti de tentar escrever nos teus bilhetes, desisti de tentar atingir, de tentar mudar você e o mundo, desisti não porque acredito que seja impossível, mas só porque não parece que assim o quer. Olha só como eu ainda sou piegas. Ah, como o tempo voa. Por favor não me conte as horas, sou um velhinho frágil à consciência.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

As partes ruins e reais desse filme

Tenho me sentido extremamente repetitivo esses dias e eu já sei que sou assim desde sempre, não busco motivos em nenhum campo exterior se não em mim mesmo e meus demônios que nunca me abandonaram. Interessante que não é nem a vida que está repetitiva em si, ou talvez sim, mas percebo mais em mim, as mesmas queixas, as mesmas inconformidades. Será se eu faço tanta coisa errada assim? Eu nem de longe posso ter essa resposta. Se tivesse, que diferença faria, certo?

Odeio desistir do que quer que seja e por isso tento até onde eu achar que valha a pena, então sempre que desisto as variáveis disso me atormentam por dias. Gostaria de poder abrir minha mente e sentimento aqui, entretanto acho que não posso. Tenho repetido a mesma música incessantemente sem dúvida porque toda vez que a toco ela me inunda um pouco mais com o seus sentimentos, busco nela tudo o que me falta, tudo o que eu não tenho.

O frio hoje me invadiu, me congelou, me roubou pra si e me embrulhou nesse pano branco. Hoje eu não vou mais te deixar em casa, sinto muito, aquela minha face pensativa e observadora não vai poder mais te contemplar, porque ela preferiu ficar de longe, no banco ainda a observar, porém de longe sem alarme, sem surpresa como diria o sábio. Eu parei aqui na minha janela e fiquei a observar os sinais trocarem de cor, sem parar, sem porquês, apenas por funcionarem assim e cá eu sem saber o que eu deveria fazer agora, o que?


"Implorando pra entender"

Mais algumas linhas e você abandona esse texto, eu sei, mas não me importo, sinto lhe dizer. Não posso ver a hora de me perder nessa floresta que a cada dia me chama, porque aqui eu acho que já fiz demais, já tentei tanto, já tenho tão pouco de mim em mim, já me deixei tanto por aí que não sei mais pra onde devo voltar. Eu não vou mentir, meus sentimentos falam demais e eu deixo eles aflorarem o máximo possível, consigo apenas com minha mente imaginar tudo o que preciso pra alongar o tempo que nunca quer parar, entretanto a realidade me golpeia todos os dias. O que há de errado comigo? Eu só quis que você me consertasse, mas você se perdeu como todos nessa velha medida que diz que devemos sempre ter mais. Não preciso de mais quando tenho o que preciso, e agora já não posso mais ter.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Você vai ou não?

Como vai tudo? Tô aqui do outro lado do mundo querendo saber sobre tudo. Juntando só as poucas peças que tenho pra montar esse quebra-cabeça infinito, mas que por muitas vezes me fascina e me anima. As minhas rugas já transparecem toda a preocupação que tive, toda a fé que perdi, todas as roupas que deixei de usar, todos os gostos que deixei de gostar. Tudo. Como vai aí? Tá tudo diferente? Tá tudo certo? Você não pode simplesmente adivinhar minha curiosidade e me dar um telefonema? Você não quer ler a minha mente? Eu deixo, não temo. Mas não se magoe com as farpas que você encontrar.

O vento voou veloz enquanto eu escrevi tudo que pude sobre o que pensava de você. Não foi suficiente minha imaginação, ou força, ou qualquer coisa do gênero, certas necessidade falíveis humanas parecem nos prender a essa vida que não é de fato animalesca, porque se fosse assim seria ótimo, mas a uma vida criada por alguém que não conseguia mais acreditar em si mesmo. Me escuso das culpas e responsabilidades pra poder dormir perto de uma paz sustentável. A realidade é que não aguento mais ter que contar tantas histórias. Minha pele começa a enrijecer.


"Estou me sentido velho e cansado."

Por vezes eu realmente me aventuro a pensar no que não é comum. Por vezes chego a acreditar e por tantas chego a frustração, mas qual é o motivo pra tanto pesar, não é mesmo? Se nós não sabemos nada um do outro. Se a milhas de distância a única coisa que eu posso ter de você eu não seria capaz de segurar com as mãos, quem diria com o que há dentro de mim? Como vai tudo? Se você me retrucasse a pergunta, provavelmente eu fugiria, sem palavras, sem amores, sem sensações, sem histórias interessantes, sem fatos intrigantes, você não ouviria nada. Por que do nada apenas o nada surge. Então que choremos o nosso pesar, pois de nada mais vale a pena acreditar que ainda vai ser de outro jeito. Feche bem as portas hoje a noite.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Navegar sem mar

O mundo é extremamente enorme, existem tantas, tantas coisas, incontáveis, inúmeras, cores, formas, sentidos, vidas, visões, ares, mares, então por que raios de motivo a minha cabeça só vai parar no mesmo lugar? Por que não penso em tudo menos no que eu deveria não me preocupar tanto? Só porque eu não tenho força de vontade ou qualquer um desses conceitos que você vai provavelmente formular? É realmente bonito quando nos imagino utopicamente, mas é realmente triste quando eu percebo que pra você as chances de sermos são consideravelmente menores que a de não sermos.

Giro a minha mente em círculos cada vez menores até sempre atingir o mesmo ponto, o qual me deixa encabulado e reflexivo sobre as inúmeras variáveis que podem te atingir nesse exato momento. Eu não quero te controlar, nem quero me controlar, eu só quero ter onde pisar. Mas as coisas não são assim e disso eu já tomei consciência o suficiente pra vomitar. Quando não se sabe como agir ou que falar o melhor talvez seja não falar e nem fazer, e assim se faz. Não quero que você tenha que olhar no passado pra conseguir me encontrar.


Como um pássaro que foge do frio

Quando todos os dias tiverem passado, todas as horas, todos o minutos e todos os segundos eu quero estar à sua visão. Mas quando eles irão passar? Ou quando você vai virar a cabeça e perceber? Eu acho que não tão cedo. Tem uma multidão a acenar pra mim, eles dizem adeus e eu viro as costas. Calado. Entre o mundo e a minha mente.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Apodrecido

Cortei nossas cordas ontem a noite. Eu esperei demais, consigo esperar, consigo esperar por um bom tempo, consigo ver o tempo passar, eu consigo ver o vento, eu sei bem o que dizer, mas nunca sei agir. Eu ainda vou demorar amadurecer, tenha certeza. A gente sonha demais, quer demais, talvez fosse melhor parar de pensar um pouco.

Vou permanecer dobrando todas as minhas esquinas. Perdão, mas você não consegue me convencer de que posso voar ou de que minhas pernas não estão bambas. Perdão, continuo ainda esperando.

Tanto faz, certo? Eles pensam em coisas tão diferentes, do que adianta então? Nós vamos só nadar, eu vou te carregar, só que a verdade é que ninguém quer ser carregado. Nós nos afogamos há muito. O final deve ser o momento exato que não apodreça. Sinto muito.

sábado, 1 de outubro de 2011

Morrer quando?

Eu tenho pensado muito sobre o fim e talvez isso seja inútil e desaconselhável, tenho martelado as possibilidades, os medos e os desesperos, o como tudo pode acabar, o como seria bom não acabar, ou se não tivesse realmente como porque nós somos humanos de corações frios, que pudéssemos escolher o melhor final. Mas é tudo tão utópico, tão distante, imaginar que você acreditaria na mesma coisa que eu, no mesmo momento, da mesma forma e com a mesma força, e essa utopia é tão grande que se converte em tristeza.

As vezes não minto, eu clamo por ele, mas sem respostas. Me sinto preso quando eu sei que o nosso sentimento não está tão pleno, ou talvez eu esteja enganado e seja nesses momentos que ele pulsa com mais força. São "ou" demais pra eu pelo menos poder ter uma certeza. Troco algumas palavras, algumas frases de efeito, outras nem tanto, distraio me confundo, mas guardo uma força aqui dentro que continua a me guiar cegamente até onde você estiver. Eu queria poder encostar minhas palavras nos seus olhos agora e fazer você ouvir e acreditar. Mas eu não faço, eu não posso. Continuo aqui.



Simples promessas

Adiei algumas palavras, algumas vontades e sensações agora tão palpáveis. Provavelmente eu não consigo preencher seus espaços vazios, não sou a força atrás da sua boca, não te provoco o novo e nem o diferente, por mais que eu tente me sinto sempre como uma carta jogada fora. Eu procurei nas palavras como me expressar e assim fazer-me entender, e disso nada adiantou, toda minha equação, sim essa que me forma, deu o resultado mais insignificante possível, daqueles que você não sente falta o suficiente pra esquecer toda a merda que colocaram na sua cabeça e chamaram de felicidade. Construiria uma bomba o suficiente forte pra explodir todo o futuro e termos que viver agora, nunca mais fazer algo visando o amanhã, sempre agora, pra sempre agora, agora e agora. Não me faça soltar os pequenos grãos que eu guardo de você na esperança.

Se duas pessoas são humanas e logo não ficarão pra sempre juntas já que elas um dia morrem, as suas vontades contariam? Se as duas morressem querendo ficar juntas pra sempre elas permaneceriam juntas, certo? Não digo que devamos acreditar tanto nisso, nem nos prendermos tanto, mas por que é que nós somos finitos? Não é a questão do sempre, ou do nunca, é a questão de apenas sentir. Esqueça as opiniões, elas são apenas impressões, a realidade é tão distante das lentes que eles colocam nos olhos e acham que assim veem a verdade. Desculpe-me por não saber que força te controla. Meus anos passam, eu passo, nós passamos, e eu já me cansei demais. Chega.