quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Nunca.

Ele está de verdade tentando entender o que aquelas palavras significaram.
Não seria mais fácil se o poder de navegar sobre as mentes humanas lhe tivesse nas mãos?
Oh, mas ele acha que está tudo bem, que vai ficar tudo bem, que é só uma fase, vai passar.
Pobre coitado, fases longas demais tornam-se estados, e estados tendem a mandar em você, a te obrigar.

Já fazem alguns dias que ele não sabe mais o que é a plenitude de algumas coisas, dias não, meses.
As palavras, cenas, falas, todos estão ficando cada vez mais intermináveis e impossíveis de se decifrar.
Ele se indaga a todo instante, Por que as coisas mudam? Por que elas precisam mudar? Elas precisam?
Um sorriso desabrocha quando a percepção lhe vem que nem os mais próximos reconhecem o que seria uma ação sua

Muitas vontades agora ele tem, poucas ele consegue tomar, a maioria ele as vomita ou não consegue engolir.
Seria mais fácil se ele apenas apagasse esse programa e então desprendesse o fio que segura suas pernas?
Ele parece ser estranho, mas é apenas mais um, nada mais que isso, nada mais que mais um entre tantos.
Ele desejaria o mundo se pudesse, mas o mundo pelo visto, nunca o desejaria se pudesse.


You don't have to understand, you only have to accept it, i'm serious, don't even try to.

Um comentário:

  1. "Ele parece ser estranho, mas é apenas mais um, nada mais que isso, nada mais que mais um entre tantos."

    Muito bom.
    Bem interessante.
    Nunca diga nunca, como dizem.
    :)

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