quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O medo

Nós podemos fazer um trato, você me mostra o que quer e eu te levo aonde você pretende. Nós podemos fazer isso certo. Nós podemos fazer agora, ou depois. Como sempre, queremos deixar pra depois e continuar caminhando. Rumando eu não sei onde. Eu sei que agora o lugar que habitas te faz sentir na pele a vontade de não pertencer a nada, enquanto isso, permaneço eu aqui prostático. Sentir na pele a vontade de não sentí-la.

O cuidado é necessário, pois a alma transcende e vê coisas que o corpo não poderia ver. A sua consciência é minha maior arma, e eu posso acioná-la a qualquer momento. Se fazes promessas a si mesmo, não te enganas porque o que não podes cumprir pra outros pra si não fará diferença. E a suas pernas continuam a se movimentar em compassos quase unidos de semelhança e leveza.

O medo que corrói meus ossos é o mesmo que parte minha mente ao meio e deixa dois lados completamente opostos. Um lado pode conseguir não se importar, embora o outro compense essa habilidade, preocupando-se demais. O medo, estar com medo, sentir medo. Se o poeta diz "tudo passa" deveria eu viver? Deveria eu temer? Deveria eu continuar? Você poderia ocupar tudo que quisesse, mas prefere se perder no salão de aminésia. O medo me corrói, me destrói e mina minha confiança.


"A construção durou dias
Durou semanas, demorou demais


Nosso héroi se retirou, quando havia dois
Ele não pôde escolher, então não havia nenhum


Desgastado no vagamente anunciado

O carrossel fez um som como um trem pelo vale
Enfraquecendo, oh tão quieto mas constante até que passou
Pela cadeia de montanhas distante
Escrito na sua passagem para lhe lembrar onde parar
E quando descer"

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