segunda-feira, 8 de março de 2010

Mate-me, por favor.

-Talvez você devesse morrer. Disse ele ao se ver de manhã.


Suas pálpebras parecem de chumbo, carregam pesos que ninguém seria capaz. Não é estranha a sensação de apenas querer desaparecer? Talvez seja mais uma forma de interpretar o ser humano que teima em sempre querer o que não pode ter. Mas ele sabia que não haveria jeito de viver, não haveria jeito pra morrer, então quem sabe desaparecer?

-Por que eu não consigo? Eu poderia odiar as esperanças. Refletiu ele ao andar numa rua onde a única coisa que enxerga é seus pés.
O andar da carruagem parece nunca estar alinhado ao andar dos seus pés. É tudo uma grande, enorme e infinita espera por algo que parece realmente nunca chegar. Já se foram os anos, as etapas, os rótulos e ainda existe essa tal espera. Será que ela serve pra manter o fogo aceso? Ou pra apenas frustrá-lo?

-Eu ainda vou acordar? Me atire e me corte em pedaços, me queime, tranque o meu quarto e finja nunca ter pisado lá, esqueça-me, serei seu passado obscuro, a flecha que te acertou sem ferir, o tiro que te atingiu sem te matar, serei apenas uma pedra na beira da estrada. Divaga-se enquanto as luzes se apagam lentamente e o vento sopra pela janela do seu quarto.


Perdemos essa guerra.

2 comentários:

  1. não sei você, mas eu acho que ainda existe esperança.! (:

    beijas fii :*

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  2. ainda existe esperança sim!
    eu adorei esse texto, eu mudei de blog, vou te acompanhar, ok?

    beijoo, Fii.

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