Vi sua face hoje e, deus, como eu queria não ter visto. Me trouxe tudo o que eu guardo aqui nessa gaveta bem arrumadinha, trancada que ninguém deve abrir. A gente se conforma tão fácil não é? Anos atrás você queria mudar o mundo e hoje em dia você tenta mudar a si mesmo e sabe, ou pelo menos acredita, que isso já é impossível, o que dizer do mundo? Costumava acreditar tanto no amor, ainda acredito, mas infelizmente eu vi que as pessoas o usam tão mal, vi que usamos tão mal. No mais, é certo que ele ainda pode ser força a mover montanhas.
Acho que no fim das contas ainda quero mudar o mundo, mas parece difícil pensar no mundo quando não param de surgir tantas incertezas subjetivas. Nós devemos fazer tantas revoluções. Eles criaram os monstros que nos dominam sutilmente enquanto nos prendemos cada vez mais às nossas cadeiras e aos nosso quartos. Você foi como aquele ideal que sabemos, é utópica, mas que também sabemos que se deve acreditar, perseguir, tentar alcançar. Você me mostrou sua utopia, me fiz acreditar, me pedi para tentar alcançar, mas o seu idealismo é tão falho que me falhou.
"Querida, sera que eu nao posso estar errado?"
Não quero culpar a ninguém. Chega de culpas. Nós todos somos culpados e ponto final. Ver sua face é como colocar a mão sobre o fogo, quanto mais tempo meus olhos permaneciam sobre você mais eu ia me destruindo por dentro, como a mão que queima progressivamente sobre o fogo. Talvez seja esse o motivo de eu acender tão pouco essa fogueira, ou melhor, de eu tê-la apagado. Deixe de ler as entrelinhas, de procurar coisas onde não existem, por que tudo tem que ser assim tão difícil? Mais cedo ou mais tarde você irá se tornar como eles todos. Na verdade, acho que essa é minha torcida, pra que assim eu me reconforte e não acredite que o problema era comigo, mas com eles, como sempre o foi.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
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