terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A prisão do óbvio

O que você me pede é demais. Sinto muito não poder te atender. Sinto muito não ser como eu quero, ou sinto muito querer tudo apenas da minha maneira, mas verdade seja dita, a maneira que eu exigi não é nada além de um pouco mais de amanhã. Achei eu, inocente, que poderia jogar esse novo jogo, porém, ainda vivo sob as velhas regras. O seu jogo é difícil, complicado, complexo, dinâmico demais, muda tanto. Eu tenho um coração cansado demais. Eu não saberia o que fazer na próxima manhã que precisasse dos teus sons e não os ouvisse mais ou tivesse que imaginá-los ecoando por outras tantas orelhas sedentas a fora.

O que eu te pedi foi demais? Provavelmente, se nós encararmos que você não pareceu a disposição de se esforçar. Você me pergunta as perguntas das respostas mais óbvias possíveis que qualquer um enxergaria em poucas palavras. A solidão tem sido conselheira. Algumas vezes tento me focar apenas nessa vez, mas eu sou assim, vou querer ver seu encanto mais uma vez e mais uma e o máximo que você me dará será a sua sombra. Eu nunca tomei uma decisão tal como essa e pra tomá-la tenho que todos os dias acordar e me convencer de que o que eu faço é pro melhor ou é o certo, afinal não é o que parece. Você, sem nenhum motivo, me desmonta e me monta como quer.


Todo dia cometo os mesmos erros
uma vez mais me encontro no mesmo velho lugar
estou vagueando pensando onde virar
não há saída na frente
leve-me pra casa

Me diga você sabiamente o que eu deveria fazer? Eu posso prever sua resposta. Entretanto, meu perdão, é uma resposta egoísta. De qualquer forma, não deveríamos fazer tudo que quisermos? Que temos vontade? Que dúvida lacerante. Poderia resolver ou estragar tudo com simples cliques em botões, que realidade medíocre. Me diga você que conexão é essa que nós entramos? Em que universo nascemos? Em que era nos criamos? O que houve conosco? O que houve comigo? O seu grande problema é que ainda enxerga tão perto. Essa areia sob seus pés é tão importante quanto esse mar gigante que te seduz. E eu, sem notoriedade alguma, sou apenas um grão de areia abaixo dos seus pés. O óbvio acontece.

E você disse não haver nada que não poderia fazer
e eu respondi que não há nada nesse mundo que eu precise que você faça
somente me segure em seus braços
eu sinto frio
há uma reunião de nuvens escuras
leve-me pra casa

Um comentário: