quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Um último talvez.

Estou agora deitado no meu quarto, olhando para o teto, como se fosse a tela de um cinema, onde os filmes que eu vejo não passam de lembranças. Meus lençóis parecem ondas do mar que estão a tentar me afogar. Minha cabeça gira enquanto ecoam sons que eu preferia nunca ter ouvido. Parece que minhas fichas desse parque de diversão se acabaram.

Continuo deitado. Meus olhos estão pesados, cansados, torturados. Penso que se apenas alguma coisa acontecesse diferente, tudo estaria diferente, tudo seria diferente. Penso, penso e penso e acabo me aprisionando, acorrentado, sem escolhas, sozinho, calado, olhando. Junto as mãos sobre o peito, aperto-as e as levo até a cabeça, faço delas um travesseiro, enquanto fecho os olhos vagarosamente, o efeito está chegando.

Sinto meu esôfago empurrar uma a uma, enquanto as correntes vão se quebrando, aos poucos, elo por elo, já nem sinto mais a cama, os lençóis agora parecem estarem todos frios demais pra minha pele tocar. Não movo um músculo, estou quase lá. Olho pela última vez pra folha de papel que deixei, o título dizia:
Talvez esse seja meu último inferno.

2 comentários:

  1. Desistir do bem mais precioso que temos.. talvez não seja um último inferno, mas o começo de todo ele.

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  2. eu acho que era só um pesadelo que você estava tendo acordado ._.

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