sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

?

Não sei se tenho exatamente as palavras que gostaria de ter. Não é de verdade o que eu gostaria de estar fazendo. Sinto toda a culpa me sujando por todas as partes. Se eu tivesse pelo menos mais um dia. Mais algumas horas talvez. Me recolho e tento pensar se é certo, enquanto ouço tantas preces que não me levam a lugar algum. Eu não posso comer, olhar, tocar, sentir, ouvir, eu simplesmente não posso sair dessa jaula mental. Há quanto tempo eu não sei o que é justo ou que eu queria ter feito. E agora? Como supostamente eu devo ser? Do que tudo isso se trata?

O que houve nesse caminho inteiro? Eu aqui, trancado, imaginando tantos minutos perdidos. E eles não irão construir nenhum aparelho que me traga conforto. Eles possuem tudo, mas não têm nada. E então? Pra onde eu devo ir? Acho melhor eu parar por aqui. Quando disse que já estava cansado, não sei bem onde estava com a cabeça. Eu não quero crescer. Não quero um empurrão. Não quero. A minha garganta parou de funcionar.


Eu dei o melhor de mim para deixar
tudo de mim em sua máquina
mas a batida persistente
tem soado fino
E que francamente não voará
você ouvirá as alturas mais
estridentes e planícies mais planas
com as janelas abertas
quando este som guiar você pra casa


Como eu disse. Não tenho letras. Pessoas... pessoas... ?

2 comentários:

  1. Texto fantástico! Parece que tu mexeu dentro de mim e conseguiu extrair cada palavra que talvez tenha aqui dentro...
    O fato é que NUNCA queremos crescer e encarar o que vem pela frente. Pra que né, se temos tudo e nada ao mesmo tempo? Eu também não quero esse empurrão, mas o tempo passa e nem tudo fica intacto...

    Beijos.

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  2. há meses que eu não lia mais os textos,a falta tempo sei lá, mas hoje eu lembrei... acho que pelo fato de ser janeiro.

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