domingo, 21 de agosto de 2011

A senhora

Eu te avisei. Eu falei o que havia dentro dessa sala mas você não me ouviu. Te disse com todas as palavras, todas aquelas que você mesmo ouviu, não só uma vez, e seus olhos olhavam em outra direção. Só por causa de uma imagem, talvez de duas, só porque você quis acreditar. Que grande e enorme bebê, tantos dias juntos na mesma pessoa, tão pouca razão igual. Tem tanta coisa que te fez ser assim que fui eu quem criei que você não pode imaginar.

Que saudade eu sinto hoje daquelas palavras. Que vontade forte de encontrar esse colo de novo. Que coisa mais cruel lembrar tão pouco assim de onde a minha paz reside. Fugir foi a única solução que eu pude encontrar, pra depois concluir que não fugi, apenas me afastei. Me afastei de toda essa sua forma mágica de me dar todas as respostas, me afastei de toda a sua proteção. Eu achei que tinha crescido, porcaria alguma, eu devia apenas ter ouvido. Prometo a mim mesmo que na próxima vez eu vou falar, vou ouvir, mas sempre adio, adio demais. Hoje eu sei, mas não posso falar, tudo aquilo que me corrói.

Se eu só pudesse ouvir, se eu só pudesse deitar, se eu só pudesse parar, se eu só...

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