terça-feira, 21 de julho de 2009

Poeta incompreendido.

Distante a imaginar a poesia me toca, enquanto estou tomando minha água das saudades. As palavras realmente são excitantes, não? Quando não se há mais ela ainda temos nossas doces melodias e gestos, todos juntos como se formassem uma orquestra preparada a décadas e ensaiada a séculos.
Enquanto o meu pensar se vai pra longe bem longe, componho as minhas palavras em formas e estéticas pra que você entenda que tudo que eu quero é um pouco de olhar. Subo num poste, quebro meu braço, te dou um abrigo, te ofereço meu braço, mas ainda assim procuro por um olhar seu dentro de um mundo onde o que todos querem é um pouco de lugar.
Acendo um cigarro, dois, continuo a pensar e escrever. Minhas mãos já não seguram o lápis como antigamente. Parece que elas já sabem onde eu quero por cada sílaba, como um agricultor que planta suas sementes apenas onde vão florescer em breve. A luz do cigarro apaga. Estou só na escuridão onde seus olhos não me tocarão. Ainda estou aflito com as minhas mãos seguras no papel. Acendo outro cigarro. Poderia eu viver só de poesia?
Difícil demais vocês entenderem o que eu falo, por isso escrevo, pois o que não entendem é o que admiram, afinal vocês gostam de ser instigados a procurar, entender, não? Mas mesmo assim ainda busco o seu olhar no infinito de desejos e vontades que me cercam, nenhum vale mais que o seu olhar emocionado e admirado. Termino a minha poesia. Ouço uma música. Fecho os olhos. Volto a dormir.

Música não muito a ver com o poeta, ou algo em si, mas aconselhável de se ouvir. (Zé Ninguém?)

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