- Combinado então amanhã?
- Ok amigo, aparece as 15:00 então.
- Até amanhã
- Até
Ele está parado agora vendo seu amigo entrar num carro com as portas pretas. Está quase anoitecendo. As luzes traseiras são vermelhas e parecem mais fortes a cada passo que o entardecer se torna anoitecer. Ele vira a sua cabeça para o outro lado, arruma as suas coisas, a bolsa está bem mais leve hoje, segue pelo mesmo caminho do carro, porém andando e vendo o carro desaparecer na direção da rua aos poucos. Ele olha para os pés calçados e então vem a sua cabeça vários e vários pensamentos, ele pensa consigo mesmo:
- É.. parece que mais uma vez esse caminho vai ser feito.
Sua mente está tão parada, tão entediada de tudo. Ele tem pensado ultimamente com tanta frequência sobre o passado que acabou de perceber que tem vivido por lembranças passadas. Como se a vida dele tivesse estacionado, e todas as atrações atuais não passassem de apenas repetições de números antes apresentados e que pensara ele ter se livrado. Suas pernas estão cansadas, não tanto quanto suas emoções. Ele está quase chegando em casa.
Chegou. Abre a porta, fecha a porta. Segue em direção ao seu quarto. Deita-se. Sonha. No seu sonho ele está flutuando sobre a sua cama e sob seu corpo passam águas de um mar frio e veloz, enquanto ele ouve o som dos passáros, seus cabelos estão maiores, suas roupas estão em maior número. Ele desperta, ainda no sonho. Suado. Levanta. Se senta. Começa a passar a mão na sua cabeça e percebe estar num lago. Ele pensa e pensa, mas a única conclusão que chega é que está tudo como um lago. Tudo parado. O mar que antes costumava a carregá-lo agora o fez desaguar nesse lago, obscuro, frio, parado. Ele olha para os lados na esperança de encontrar algum barco. Mais algumas olhadas ao horizonte, ele enxerga terra. Tenta nadar, mas em vão. Então desiste, inerte, parado, olhando para os lados na esperança de que alguém pule no lago e segure sua mão até um lugar seguro. Ele flutua, espera.. espera.. espera..
"Sabe, alguém me disse que o mundo é um palco
E cada um deve atuar o seu papel.."
Esses foram um dos últimos versos que ele ouviu até adormecer mais uma vez.
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Ele tem pensado ultimamente com tanta frequência sobre o passado que acabou de perceber que tem vivido por lembranças passadas. *
ResponderExcluirSei bem como é, mais tem uma hora que cansa de viver em um passado que você sabe que não tem mais volta.
E então chega um dia, que você resolve realmente viver o hoje e não o ontem.
E a alma mais leve agradece por isso, agradece por você dar mais uma chance a si mesmo de ser feliz, e não ficar sofrendo por algo que como a própria palavra diz passado, passou ;D
Beeijos Fiii!
amei as vaarias citaçoes de Los Hermanos no blog inteiro :)
ResponderExcluirincrivel cmo as letras sempre falam por nós ne?
amei o texto :)
"Ele tem pensado ultimamente com tanta frequência sobre o passado que acabou de perceber que tem vivido por lembranças passadas."
ResponderExcluirDizem que quem vive de passado é museu, mas acho que não é bem assim.
Recordar é sempre bom, mas viver o presente é tão importante quanto isso.
Muito bom!
ResponderExcluirbeijos
"Ele tem pensado ultimamente com tanta frequência sobre o passado que acabou de perceber que tem vivido por lembranças passadas."
ResponderExcluiradoro vir aqui e me identificar com algo.
Gostei da linguagem na terceira pessoa :)
"Tenta nadar, mas em vão. Então desiste, inerte, parado, olhando para os lados na esperança de que alguém pule no lago e segure sua mão até um lugar seguro. Ele flutua, espera.. espera.. espera.."
ResponderExcluirA esperança mais uma vez presente..
Outro texto lindo heim?